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24.5.17

não levanto bandeiras


Hoje tinha decidido não escrever, não que não me apeteça escrever, gosto tanto de contar estórias, é preciso estar muito desmotivada para não o querer fazer. Este blogue é muito pessoal, espelha-me a alma, retrata-me a vida, sublinha os gostares; dele é difícil esconder os sorrisos da mesma forma que é difícil esconder as lágrimas e as preocupações. Têm sido dias, semanas, tristes para o mundo, não se vê lideres fazer nada a não ser assumirem que os terroristas são uns bandidos sem escrúpulos... até aí... se são terroristas... Falar sobre estas coisas no blogue não é muito a minha onda, gosto que este seja um espaço feliz e motivador, gosto de deixar escritas coisas que acabam bem mesmo que comecem mal, é a minha forma de prepetuar as minhas memórias. Porém, às vezes, é inevitável.

Theresa May "esclarecia" o povo de que o ataque no concerto de Ariana Grande tinha sido escabroso e cobarde como qualquer ataque terrorista mas que este em especial, por ter deliberadamente sido destinado a crianças e adolescente inocentes, era doentio. O que abala mais uma nação? O que abala mais um povo? O que abala mais um pai? O ataque não foi destinado a crianças... o ataque foi destinado aos pais delas... quem tem filhos saberá o que falo. O que nos dói mais? Um golpe em nós ou um golpe nos nossos filhos? Os ataques são sempre dirigidos a quem tem poder de decisão os meios é que podem ser muitos e este, foi sem dúvida doentio, mas (infelizmente) eficaz.

O mal dos lideres e das pessoas em geral é nunca se conseguirem colocar no lugar do outro. Se calhar a solução não é encher, novamente, as ruas de soldados, se calhar a solução é tentar perceber o que se está a fazer de errado, o que se está a fazer para motivar este tipo de reações, para que mentes doentias cresçam e se propaguem como um vírus. O autor do ataque é supostamente também ele um jovem, um jovem manipulado, como são a maioria das pessoas e jovens hoje em dia, ou não fosse o jogo da Baleira Azul um "êxito".

Todos os atos terroristas são condenáveis mas é igualmente condenável a forma como se continua a manipular as pessoas no sentido da guerra, da guerra ao terrorismo, seremos nós menos terroristas?

Vivo em Inglaterra e temo pelo meu futuro e segurança aqui, temo em especial pelas minhas filhas. Temo cada dia que o meu marido sai para trabalhar em Londres, evito ajuntamentos, fico em casa em dias de confusão, não quero viver com medo mas a cada dia que passa me questiono se não estaria melhor num canto mais reservado de Portugal, onde as minhas filhas pudessem correr livres sem que uma bomba lhes caia aos pés.
Tenho plena consciência de que sou uma cidadã do mundo acima de tudo, não levanto bandeiras, tenho-as no coração, não mudo perfis, não estou com este ou com aquele país em nenhum momento particular mas sou talvez das que mais chora o negro em que se está a tornar o presente, a escuridão em que mergulhamos o futuro. Não levanto bandeiras mas quero ainda acreditar que somos todos feitos da mesma massa, que um dia far-se-á luz na cabeça e calor no coração da humanidade.

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2 comentários:

  1. Eu ainda vou levantando bandeiras mas concordo ctg, cada vez mais me afasto dos ajuntamentos... ate quando?Ate quando os lideres mundiais que os povos elegem vao ficar impavidos e serenos?... Espero que nao sintam na pele o que perder um ente querido nestas tragedias...
    Bjinhosss
    https://matildeferreira.co.uk/

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    1. Não tenho nada contra quem o faz, nada mesmo... é uma forma de exteriorizarem um sentimento... eu apenas não sou assim... com nada... Mas o facto é que cada dia é mais difícil viver e criar filhos assim... parece que sobreviver passa a ser uma questão de mera sorte, como uma roleta-russa :/

      Beijinhos minha querida...

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