No Natal de 1985 eu recebia o meu primeiro diário a sério, com cadeado
de metal e tudo. O primeiro confidente dos meus sonhos mais secretos. O único que sabia a quem o meu coração pertencia. As queixas dos pais. As
brigas com as amigas... Era um gesto diário que marcava o testemunho do
dia. E se falhava num dia, por algum motivo, possivelmente até alheio à
minha vontade, no dia seguinte pedia-lhe desculpa pela ausência e
prometia fazer um esforço ainda maior para que não voltasse a
acontecer.
Os anos foram passando mas a necessidade de desabafar com o papel
mantiveram-se até hoje. Sem cadeado, sem nenhuma beleza particular ou ar
mimoso, sem a mesma necessidade diária mas mais circunstancial. O diário
passou a ser chamado de caderno (qualquer um), às vezes folha, pedaço
de papel... mas o desabafo (meu) e a mesma disposição em "ouvir" (dele)
mantêm-se, hoje e sempre...
Tudo aquilo que nem às paredes confesso e que não têm lugar aqui, ficam entre mim, a caneta e a folha de papel.
Tudo aquilo que nem às paredes confesso e que não têm lugar aqui, ficam entre mim, a caneta e a folha de papel.
Adoro diarios, desde sempre, em 1987 a minha mae ofereceu "A Minha Agenda" que usei quase como diario :) Como te compreendo, adoro desabafar com o papel :)
ResponderEliminarBjinhosss
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