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22.10.16

imperfeições alheias [Nádia Simão]


A vida não tem de ser perfeita é um blogue muito pessoal. Nele partilho gostos, pensamentos, lições de vida, sugestões baseadas na [minha] vida, peças inspiradas na [minha] vida e momentos da [minha] vida. Aos poucos tem crescido e a ele tenho juntado pessoas da [minha] vida, do [meu] coração. Hoje apresento a minha amiga de infância. Uma pessoa que acompanho e me acompanha há mais de 35 anos. Deixámos de ser amigas e já somos como irmãs. Partilhámos a meninice, a adolescência, os vintes, os trintas e agora a ternura dos quarenta. Discutimos sem precisarmos fazer as pazes, dizemos a verdade sem rodeios, ajudamo-nos sem quantificar ou pedir em troca. Tenho a sorte de conhecer esta escritora de mão cheia que trata as palavras por tu e que aceitou prontamente fazer parte deste meu mundo de imperfeições tantas vezes tão perfeitas. Conheçam melhor a Nádia Simão:


Não é fácil falar de mim, fica sempre a sensação de ser pouco realista ou exagerada. Acontece a todos, creio, não saber muito bem por onde começar quando o assunto é dar a conhecer por palavras quem somos.
Cresci num bairro calmo dos arredores da minha capital Lisboa, uma das mais belas cidades que me presenteia cada manhã, a caminho do trabalho, com um nascer do sol divinal sobre a ponte no Tejo.
Após anos de estudante e adolescente pouco rebelde, devido à personalidade tímida e sossegada, a passagem despercebida por duas faculdades levou-me ao aprofundar de línguas e literatura portuguesa e inglesa, creio que um dos poucos 'dons' que tenho é um jeito apurado para sotaques e conversação em língua estrangeira.

Aos 41 anos vejo-me como uma rapariga normal que optou por trabalhar na área da aviação civil, um gosto que vem de família, tentando superar dias mais complicados quando o trabalho de escritório dita semanas longas e stressantes; o bichinho das viagens e aviões falou mais alto.
Por incrível que pareça ainda moro na mesma casa onde nasci e na companhia dos meus pais; como não casei até hoje, não tenho filhos e nem estabilizei numa relação de longo prazo torna-se, admito, mais confortável poder aproveitar melhor o tempo para mim mesma.

Apesar de uma auto-estima pouco funcional, considero-me inteligente, curiosa pelas coisas que me rodeiam e esforço-me por agradar aos que fazem parte do meu círculo pessoal; sou afável, tenho empatia pelos bons de coração e aprendi a dar sempre o meu melhor quer no trabalho quer nas relações pessoais, embora por vezes me esqueça do que é melhor para mim.
Sou sorridente, divertida, carinhosa e atenta; inspiro-me nos tempos livres fazendo o que realmente gosto: escrever, imaginar estórias, pintar desenhos ou simplesmente ouvir música; escrevo desde os 16 e para mim é um escape à realidade por vezes complicada de estar viva e ser malabarista nesta sociedade complexa.

Adoro viajar, nem que seja muitas vezes pela tv a ver programas da National Geographic ou a ler revistas de natureza, os animais são-me queridos. A estação do Outono fascina-me e dias de muito calor não são para mim, há um encanto nas cores vibrantes outonais e no aconchego das roupas mais confortáveis.
Mas bem, não sou só lado bom e tenho os meus dias mais soturnos, sou teimosa e por vezes irrito-me facilmente, o stress anda lado a lado comigo e já me têm dito que preciso de acalmar o cérebro, gostar mais de mim e não me preocupar com os pensamentos ou manias dos demais.
Adoro viver, amar, descobrir, sentir e tento tornar o meu mundo num local onde os que me conhecem bem se sintam bem-vindos e cuidados. O meu mote?- A vida é como o espelho, o que lhe mostras é o que ele reflecte!

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