São poucas as vezes em que a Inglaterra me desilude a nível do que é essencial: educação, respeito pelo povo (em particular por crianças e velhos), o sistema de saúde (não os profissionais de saúde) e a solidariedade social (as ajudas reais às famílias com poder de compra abaixo da média). Ao fim de quase 5 anos a viver neste país vou me pondo ao corrente de como as coisas vão acontecendo, ora por experiência própria ou por ouvir experiências alheias.
A minha experiência do ensino em Portugal é aquela pela qual passei, tem alguns anos é certo, espero que não tenham só mudado os nomes empregues em assuntos gramaticais, ou a exclusão do "p" na palavra "optimo" e a retirada do "c" na palavra "facto". Espero que a mudança tenha sido maior com o decorrer de tantos anos que passaram entre a minha experiência escolar e a realidade actual e espero que tenha sido uma mudança positiva baseada em bons exemplos.
Cada vez exigem mais anos de escolaridade obrigatória, acho bem. Mas há dinheiro na carteira de todas as famílias para que possam manter essa escolaridade obrigatória?
Não, tal como na Saúde em Portugal, a Educação também não é gratuita e está muito longe de o ser.
Aqui, em Inglaterra, também não é totalmente gratuita, é certo que temos de comprar as fardas, se não comprassemos as fardas comprariamos a roupa. Na primária pouco mais temos de comprar, nos restantes anos temos de comprar alguns útensilios nomeadamente lápis, canetas, mochila, etc. Mas tudo vem listado muito antes de começar a escola. Cada família tem mais de um mês para se preparar para o regresso às aulas. Aqui não são entregues mil listas de material ao aluno (porque cada professor quer uma coisa) depois de começarem as aulas. Aqui os pais não andam feitos loucos a procurar as exigências de cada filho e de cada professor, para já não falar nos livros que além de custarem caro, mudam constantemente, são listados pouco tempo antes das aulas começarem, muitas vezes são depois trocados pelos professores e quando o mundo inteiro os vai comprar já estão esgotados, naturalmente, e chegamos finalmente às férias do Natal e se formos felizardos nessa altura teremos finalmente o material todo para começar o ano que já começou há 3 meses atrás.
Aqui tudo se faz para evitar o "de ultima hora", o inesperado, o complicado e o stress acrescido aos pais e aos alunos. Aqui começa-se o ano no inicio de Setembro e com a tranquilidade que deve ser.
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