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31.8.17

de hollywood para a realidade [imperfeições alheias]

O lado negro do glamour hollywoodesco está gravado permanentemente no corpo, na mente e nas vidas de milhares de vítimas femininas, na maioria, e masculinas; são vítimas anónimas, vítimas que se tornaram "estrelas" e vítimas silenciosas que sofrem desde tenra idade os efeitos nefastos de abusos sexuais e psicológicos. 

 Uma rede contínua com tentáculos que se agarram a diversos meios sociais, desde o cinema à política, da banca ao tribunal e por aí em diante; em quase todos os sectores da vida magnata de milhares de homens norte-americanos se encontram vestígios desta rede gigantesca onde prolifera a pedofilia, a violência física e psicológica, a pornografia infantil e juvenil, o sadismo de mentes perturbadas ou simplesmente más, as psicopatias que o dinheiro permita satisfazer.
Crianças desde idades pré-escolares são vendidas, emprestadas, usadas e abusadas ao bel-prazer de mentes doentias, sem escrúpulos e muito dinheiro para satisfazer pensamentos tortuosos e denegrir vidas que só com anos de terapia e ajuda conseguem uma mínima paz para não sucumbir ao suicídio ou até homicídio; muitas crianças não sobrevivem, algumas nunca se salvam e as restantes que conseguem sair ficam marcadas para sempre.

Com os crescentes holofotes sobre o tráfico humano e sexual, com a cumplicidade de organizações governamentais e ONG’s e com as redes sociais desempenhando um papel vital de “livros abertos”, vem sido mais audível a voz de centenas de mulheres conhecidas e anónimas que ganham coragem para denunciar abusos, abusadores e redes operando como polvos no mar da moral corrupta e sociopata que se alastra pelos mais diversos recantos do mundo. Já não é uma questão de famílias pobres que vendem as filhas com o intuito, mesmo que errado, de lhes proporcionarem um melhor futuro nem uma mancha nos países de leste onde as mafias há décadas se servem da sua influência para imprimirem medo e aliciarem jovens com promessas de uma vida glamorosa por entre desfiles de moda ou carreiras de actrizes bem sucedidas em Hollywood.

Actualmente o dinheiro compra tudo, e digo tudo porque mesmo quem não se deixaria comprar em circunstâncias de plena liberdade acaba por sê-lo forçadamente e sem maneira de ripostar tal facto; são inúmeras as crianças a partir dos 4 anos que décadas antes de se tornarem “famosas” nos meios cinematográficos, jornalísticos, teatrais e outros se viram arrastadas para mundos obscuros, tortuosos, viciados, psicóticos, diabólicos onde homens as compraram para seu bel uso e prazer, as violaram da mais hedionda forma de desumanização, as torturaram para satisfação de fantasias distorcidas e as deixaram “rodar de mão em mão” até não se sentirem mais humanas, dignas e em casos extremos até falecerem.
Os meandros hollywoodescos nada têm de glamoroso e estão fundados em redes secretas onde qualquer vício é facilmente suportado pelo dinheiro, pela influência política, pelo lobby socio-económico, pelo silêncio da maioria das vítimas, pela cumplicidade dos que observam e nada denunciam…
Cada dia mais mulheres têm conseguido contar suas estórias, têm vindo a expor a ferida aberta e a derrubar seus próprios fantasmas de quando um dia lhes roubaram a inocência, a virtude e até o orgulho em ser mulher. Variadas associações de apoio a vítimas de crimes e ofensas sexuais têm conseguido expor parte desta rede mundial e têm sido feitas pressões governamentais para que os monstros saiam da escuridão e sejam caçados.

 Quando leio relatos verídicos de mulheres que aos 5 ou 6 anos se viram envolvidas no submundo do sexo brutalmente distorcido, sendo tratadas como pedaços de carne para abate após seu desgaste, sendo enjauladas como animais de circo para cederem à liberdade individual, para perderem qualquer vestígio de dignidade pessoal, sendo passadas entre homens violentos que as insultam e torturam física e psicologicamente, sendo mortas depois de já não terem "uso"… quando leio todas estas estórias meu peito aperta-se e questiona: “como é possível a mente humana alojar tal maleficência e quebrar toda e qualquer barreira que separa a racionalidade da irracionalidade dita animal?”
E questiono-me como tantas destas mulheres conseguiram reerguer-se após o inferno ser a única visão de vida durante longos anos, como se tornaram heroínas ao conseguirem colar cada pedaço seu e não desistirem da luta contra a ira dos homens que as sonegaram à felicidade e as mutilaram permanentemente.

Toda e qualquer destas mulheres que agora se fazem voz das que ainda são silenciadas merecem um amplo aplauso e merecem que a justiça acorde e que cada um de nós faça tudo aquilo que possa para mudar o mundo, mesmo que passo a passo, minuto a minuto, ano a ano.
O que cada mulher e homem de bem possa fazer, falar, denunciar é um passo gigante na compreensão de que o mundo pode e deve ser um lugar melhor e sem medos.


1 comentário:

  1. Fico triste quando vejo metade da humanidade a fazer estas maldades... ate quando? Ninguém te coragem a por um travão a isto?
    Bjinhosss
    https://matildeferreira.co.uk/

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