A vida é uma estrada
repleta de curvas, cruzamentos, rotundas, caminhos sinuosos,
declives.
A cada dia enfrentamos
esse caminho de diversas formas, fazemos escolhas instantâneas,
enfrentamos julgamentos dos demais, combatemos o status quo social,
deparamo-nos com incertezas e a cada minuto temos de conseguir gerir
toda esta carga de emoções para que o dia resulte o mais benéfico
possível, o menos complicado e o mais saudável que nos apraz.
Durante a nossa
existência somos bombardeados por diferentes ideias, culturas,
maneiras de pensar e estar, leis a cumprir, sinaléticas mais ou menos
importantes e tudo isto processado, a mil à hora, dentro do nosso
cérebro já ocupado com cargas emocionais, afectivas e de
auto-sobrevivência; como conseguir equilibrar tanta informação é
uma questão que tem dado 'pano para mangas' a cientistas, filósofos,
políticos , historiadores, escritores, artistas...
Com toda esta
roda viva seguimos muitas vezes padrões que não se encaixam
veramente na nossa personalidade, vamos tolerando críticas sem que
estas nos sejam producentes ou nos levem a melhorar, resistimos a
mudanças por vezes necessárias à nossa felicidade, erguemos muros
à volta dos que mais nos querem de coração.
Viver pode tornar-se
assim numa experiência bela ou medonha, consoante as nossas lutas
escolhidas e vencidas ou simplesmente por se nascer no tempo errado,
no lugar menos esperado ou ainda apenas por se nascer mulher e são
todos estes factores, e muitos outros, que nos impelem a um constante
equilíbrio entre a vontade e a necessidade, entre a razão e a
emoção, entre o pensamento lógico e o sonho, entre o que queremos
para nós e o que os outros esperam de nós…
Perante tanta escolha a
fazer, tantas vozes a ouvir, tantas opiniões para filtrar, corremos
o risco de nos tornarmos por vezes marionetas de um sistema vicioso,
egoísta, desconcertado sem que notemos o teor das consequências
nefastas à nossa integridade moral e física e podendo fechar os
olhos sem brilho e não levando na alma qualquer magia do tempo por
cá vivido. É vital que consigamos a determinada altura, na fase
essencial do crescimento ou na maturação da mente, erguer a cabeça,
munir o coração de ferramentas especiais e colocarmo-nos à altura
dos acontecimentos decisivos que farão de nós melhores seres
humanos, mais capazes de amar sem barreiras, sem medos, sem ódios.
É no fundo
conseguirmos subir a fasquia à altura dos nossos sonhos sem conceber
juízos de valor e sem ultrapassar aquilo que nos define e nos torna
únicos perante nossos semelhantes; cada um de nós é uma semente
que cresce e se torna árvore frondosa, dá frutos ou flor, faz
sombra e protege, respira e alimenta e no fim do seu tempo se desnuda
e morre; e tal como cada árvore também cada um de nós tem em si um
papel determinado e um caminho a cumprir, sendo capaz de o entender,
melhorar, disseminar, cumprir em plenitude sem que as influências
exteriores nos derrubem ou desencaminhem.
Viver não é uma
passagem por este planeta, não pode ser uma corrida contra o tempo
ou uma sequência de passos aleatórios; viver é um salto de fé,
uma jornada de compreensão e de liberdade que nos deve impelir a
sermos honestos para com a nossa individualidade, a não cedermos a
vontades alheias e a recuperarmos a cada dia a grandeza de respirar,
ver, sentir, degustar, partilhar, amar.
Estarmos à altura de
cada uma das situações é o caminho mais sereno para nos
reinventarmos e sermos melhores versões a cada dia que nos é devido
por Nádya Prazeres
por Nádya Prazeres
Gosto muito, uma excelente reflexão!
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obrigada Ana :)
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