No início do mês partilhei no blogue este amor, partilhei com ele a efemeridade do tempo que é sempre tão pouco quando estamos bem, quando estamos com quem amamos. Partilhei a luta de Joe pela vida e a luta de Wanda pelo amor. Hoje partilho a dor de um casal que, após quase 65 anos de aventuras a dois, se vê separado pelo destino que a todos está reservado, a morte.
Joe morreu no passado fim de semana com 86 anos. Estive quase uma semana para tentar encontrar a maneira mais delicada e certa de o dizer mas, a verdade é que, a morte não é delicada e não existe maneira certa ou errada de falar de uma fatalidade da vida, uma fatalidade que sabemos estar no nosso destino mas que ignoramos quando brincamos com os nossos sentimentos, quando adiamos os nossos sonhos, quando afastamos aqueles que amamos.
O tempo esgota-se, a verdade é só esta.
Wanda terá ficado com muito para dizer a Joe mas tenho certeza que muito lhe disse... nunca é suficiente o tempo que passamos com quem amamos mas se o tornarmos inesquecível, teremos memórias que cheguem para os mantermos vivos uma eternidade.
Sinto uma tristeza melancólica por este casal mas sinto ainda mais tristeza por todos aqueles que afastam de si quem dizem amar, que adiam momentos reais por publicações virtuais, que se entregam a um mundo vazio de sensações humanas, que empurram os seus para o lado porque estão ocupados com os outros.
A vida acaba, um dia tudo acaba, passamos a viver nos corações dos que ficam, a mantermo-nos vivos nas suas lembranças, a sentirmo-nos saudade nas suas lágrimas, mas para isso... temos de criar memórias.
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