Já lá vão quase 4 anos sem ler um livro, um romance mais própriamente, começar e acabar. Desde que a L. nasceu que tive de abdicar de algumas coisas que me davam imenso prazer e com a vinda da C. a falta de tempo para essas coisas acentou-se ainda mais. Sei que muito provávelmente daqui a um ou dois anos eu vou voltar a ter o meu tempo e nós o nosso tempo, talvez não todo de uma vez mas aos poucos, a acompanhar o crescimento, maturidade e independência delas.
Eu tento mostrar ao D. que o tempo que ele passa a jogar no telemóvel é tempo que nos tira aos dois porque a loiça que ele não põe na máquina é a que eu terei de pôr em algum ponto do dia, talvez na altura que me iria sentar no sofá ao seu lado a ver um filme. Tento explicar que eu deixei de fazer tantas coisas que gostava porque não posso, o tempo não dá para tudo e temos de o usar da melhor maneira de forma a, pelo menos, conseguirmos tempo, se não para nós individualmente para nós em conjunto, para a nossa relação.
É nesta troca de palavras que surge o desafio de hoje. 10 coisas que cada um de nós deixou de fazer ou que simplesmente mudaram depois de termos sido pais.
Diz ele:
- Poder decidir à última da hora um itinerário e arrancar;
- Dormir até tarde;
- Acordar com os miminhos dela ;
- Sentar à mesa para uma refeição sem pressas e sem stress;
- Jogar wii com ela ou a solo;
- Ver a casa arrumada mais do que 10 minutos;
- Ver um filme, fora ou dentro.
Digo eu:
- Dormir uma noite inteira;
- Ler um romance atrás do outro;
- Sair num Domingo de manhã cedo para ver o mar;
- Tomar um duche calmamente quando me apetecer;
- Preparar uma surpresa para ele;
- Jogar wii com ele;
- Fazer ginástica matinal na wii;
- Trabalhar no jardim sem ser incomodada;
- Arranjar um emprego e ir (sem ter de pensar se posso, se o horário dá, se terei creche para elas...);
- Acompanhá-lo na distribuição de gelo;
- Ver um filme sem interrupções;
- Sair a dois e não ter hora para voltar;
- Fazer compras sem me chatear ou preocupar com horários;
- Não passar o tempo a apanhar coisas do chão (brinquedos, livros, roupas, papeis...);
- Não almoçar se não me apetecer;
- Beber sangria sem me preocupar em manter a sobreedade suficiente para mudar fraldas e passar a noite acordada (se for preciso);
- Estudar inglês;
- Seguir os meus sonhos sem pensar duas, três e mil vezes;
- Viver sem medo de nada;
- Sorrir e sentir a vida leve.
Ups! Eram só 10 não era? Só prova que, por muito boa vontade que o homem tenha, a vida da mulher é a que mais muda com a chegada de um rebento. Com isto não quero provar nada de especial nem mesmo mostrar qualquer arrependimento. Há muita coisa que muda para melhor, são coisas menos evidentes e que não são muitas delas visíveis ao olhar, mas são muito maiores, mas isso daria (ou dará) outro post.
fotografia por | photography by: Viktor Hanacek
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