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25.7.16

O pior [ ou melhor ] mês do ano


Hoje dá início o mês mais complicado do ano. Aquele em que eu tento trabalhar, manter a calma, manter-me viva e manter a sanidade metal enquanto tomo conta de duas crianças de 4 e 2 anos cujo  principal objetivo é fazerem asneiras e meterem-se em perigo. OK talvez esteja a exagerar um bocadinho... eu não tento trabalhar, eu trabalho, não sei como mas o facto é que as coisas vão aparecendo feitas... 

No final deste mês eu irei deixar a L. na escola para o seu primeiro dia de ano R. e irei deixar a C. na creche. Irei para lá cheia de vontade de ter um tempo para mim, ao fim de um mês de loucos, irei alegremente a pensar que finalmente vou ter umas horas de silêncio, sem gritar, praguejar e desesperar, irei com um sorriso nos lábios e alguma ansiedade no peito.
Deixarei primeiro a L. entregue à sua nova professora, vestida com o seu novo uniforme. Ela ficará, irá ver-me partir sem estar certa de que quer ali ficar, ficará com alguma insegurança e timidez mas quando eu me voltar a virar já não a verei a olhar para trás, o seu sorriso já terá voltado ao seu rosto, a sua personalidade confiante já terá voltado e, sem qualquer timidez, já estará a contar as novidades das férias e a mostrar os seus sapatos novos à primeira coleguinha que a abordar. Nesse momento o meu sorriso foge e um vazio entra-me no peito com a certeza de que elas estão mesmo a crescer e as, tão desejadas, horas de silêncio deixam de ser certezas absolutas. 
Sigo com o coração apertado em direção à creche onde deixo a C. em lágrimas. Onde lhe viro as costas com os olhos molhados porque sei que quanto mais tempo lá ficar pior será. A C. já não terá a mana para lhe lembrar que está tudo bem... que ela está ali e que não precisa ter medo ou se sentir perdida. Desta vez não olharei para trás... sei que se olhar vou perceber que o mês que passou foi mau mas pior é saber que elas estão a crescer e que nunca será suficiente o tempo que passamos juntas, nunca será suficiente o carinho que lhes dou, a atenção, embora na hora parece infinito.
Depois do "pior" mês, sigo para casa sozinha, encontro o silêncio, não grito nem desespero, tenho tempo, tempo a mais, já não sorrio, já não sinto alivio, apenas sinto vazio. Afinal o mês que passou não foi o pior do ano, talvez até tenha sido o melhor...

Amanhã vou ter uma amiga aqui no blogue. Ela escreve aqui, é 100% mãe de duas meninas lindas, 100% profissional, adora o seu trabalho, 100% mulher, que muito admiro. Vive em Inglaterra há muitos anos, recentemente separada do pai das princesas, reestrutura a sua vida e até a sua forma de pensar e agir. Não vira as costas a um bom desafio e por isso amanhã encontro marcado aqui, com ela, apareçam!

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