40 não é [definitivamente] apenas um número

Sabes quando sentes que estás no caminho certo, embora saibas que é o mais longo e louco, mas que isso não te assusto apenas te intimida?
Para a semana vai ser diferente. Todos os caminhos irão dar ao teclado, sem distracções, sem sacrificios, sem dores de cabeça ou de corpo... com tudo de bom.

É hora de arriscar, de perder o medo, de sair definitivamente da zona de conforto, mesmo que com pequenos passos, é hora de agir no sentido que achamos certo, no sentido do futuro que imaginamos e não do que os outros imaginam para nós. 

Quantas vezes me perguntei: "Será que é este o caminho? Será que me vai levar a algum lado? Será que não é apenas mais uma perda de tempo?" As respostas vieram com os dias claros, as noites bem dormidas, a ansiedade que foi desaparecendo, a agonia que teve um fim, o sorriso nos lábios quando a fotografia emoldurada do futuro que imagino me vem à cabeça.

Definitivamente não teremos tudo mas teremos o essêncial e teremos o que não se compra, teremo-nos a nós. 

Talvez tenha sido com a idade, talvez tenha sido com a vida, mas apesar de 40 ser apenas um número, desde que entrei nesta década, que tenho tido em mim inumeras batalhas. A batalha de entender que o corpo já não aguenta os abanões das pequenas irresponsabilidades dos 10s, das directas feitas aos 20s, das loucuras e correrias dos 30s, mas a cabeça aguenta muito mais, entende muito melhor e aprende de forma sábia a ler nas entrelinhas da vida. A idade que nos dá a saber o que seremos daqui para a frente e a certeza do que não queremos ser. Chamo-lhe então a idade da verdade, e se mesmo agora cá cheguei e já sei o que sei, quando aos 49 chegar... terei a vida certa que um dia me atrevi a sonhar.

Photo | Foto: Hello Emilie