Não sei se é do frio, da chuva, do ano estar a terminar, do Natal a chegar, não sei do que é nem tão pouco entendo. As pessoas afastam-se, enrijecem, ficam frias, desgastadas, talvez cansadas da vida, dos outros ou de si próprias. Deixam no ar um misto de "não é nada" com a sensação de que "é tudo". Deixam ganhar a maldade, a intriga e a má fé. Tem sido assim o final de cada ano em que sinto que preciso de dar mais tempo aos outros porque é Natal, porque é esse o espirito, porque assim se fortalecem as amizades e as relações. Mesmo no momento em que chego os outros já estão de partida. Tenho chegado atrasada? Talvez... mas com certeza ainda a tempo porque o tempo só se esgota quando já não o tivermos mais, quando formos cinza fácilmente encaminhada pelo vento, até lá chegarei sempre a tempo... é preciso é que tu também tenhas tempo para chegar.
E de ano em ano vou também eu gelando, compreendendo agora tão bem os que não se misturam, não se dão, não se entregam... contando com cada vez menos dedos os que me vão ainda aquecendo o coração e dedicando a esses exclusivamente a minha atenção e carinho... o meu tempo. E tu... se um dia sentires novamente algum calor no teu peito, se voltares a sentir os raios de sol na tua alma, se precisares de mim, do meu tempo... certefica-te primeiro se ainda há tempo.
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