Estou quase a pousar no teu abraço. Queria te ver todo, do Norte ao Sul passando pelas beiras e pelo meu doce Alentejo. Queria ouvir o corridinho, dançar o regadinho e juntar-me aos pauliteiros de Miranda. Queria beber do bom vinho, acompanhar com queijo da serra e lanchar um limonete. Queria tanto mas tanto mergulhar nos mares do Algarve e Alentejo, caminhar no Gerês, Sintra e Arrábida e cear na esplanada da Baia de Cascais.
Meu querido Portugal, estás a dever-me os rojões, a francesinha e o cozido à Portuguesa. Cresce-me água na boca quando penso na açorda de Gambas em Belém, no peixe fresco de Matosinhos, no arroz de marisco do Portinho ou da carne de porco à Alentejana.
Não me escondas a broa de milho ou qualquer outro pão e bolo porque contigo nunca estou de dieta. Deixa-me trazer na bagagem os livros, os cds, a amarguinha e o favaios.
Relembra-me os cheiros, o barulho das ondas nas rochas, deixa-me contemplar o pôr-do-sol todos os dias no mar, ouvir as gaivotas ao anoitecer. Afasta-me do péssimismo e da tristeza aproxima-me porém do fado.
Deixa-me longe da falta de civismo e respeito pelo próximo, da fofoquice e das vidas alheias. Deixa-me reviver um pouco de liberdade, liberta-me das responsabilidades e preocupações quotidianas e faz-me rejuvenescer. Permite-me reencontrar com a minha iluminada cidade...
Até breve meu querido Portugal, até breve Lisboa...
Sem comentários:
Enviar um comentário